A proposta avançada por Albino Pinto de Almeida (Presidente da CONFAP – órgão supostamente representativo das associações de pais nacionais) e abençoada pela Ministra da Educação tem “água no bico”.
A visão das escolas como depósito de crianças e adolescentes (até às 20 horas) é perigosa. Embora a Ministra se defenda, dizendo que é horário de funcionamento e não de permanência, a ideia de os alunos estarem das 9 horas (horário limite de entrada para a maioria) até às 20 horas em contínuo no espaço escolar não é boa.
Desresponsabiliza os pais, diminui ainda mais o pouquíssimo tempo que os pais estão com os filhos (sendo obviamente a qualidade mais importante que a quantidade, mas se não passam nenhum?) e aumenta o desconhecimento que muitos pais têm das vivências dos seus filhos e das suas preocupações e necessidades (não existe espaço comum, será escola, jantar, cama, escola).
Se os pais são exemplo para os filhos arriscamo-nos a que todo este processo se vá repetindo de geração em geração, aumentando o choque geracional já em si difícil de gerir talvez para níveis de ruptura familiar.
Para muitos pais as exigências e pressões a nível profissional “obrigam” a uma secundarização dos filhos, mas é preciso imaginação e sobretudo suporte familiar (aqui com especial incidência para o sexo masculino na indispensável entreajuda às mulheres na educação dos filhos) para conseguir maior proximidade entre pais e filhos, em nome de um futuro mais risonho para os mais novos e, também, de uma melhor qualidade de vida dos progenitores.