Domingo, 22 de Março de 2009
Pelos vistos temos em Portugal ministros escolhidos por SMS.
Tipo concurso, os grandes grupos económicos escolhem os ministros por SMS e os partidos no poder (neste caso o PS) só tem que aceitar. Estranho??
Talvez, mas não em Portugal.
Quem nos governa? E por quem?
Pior, quem manda neste País? E com legitimidade? Por trás de que máscara?
Segunda-feira, 16 de Março de 2009
A proposta avançada por Albino Pinto de Almeida (Presidente da CONFAP – órgão supostamente representativo das associações de pais nacionais) e abençoada pela Ministra da Educação tem “água no bico”.
A visão das escolas como depósito de crianças e adolescentes (até às 20 horas) é perigosa. Embora a Ministra se defenda, dizendo que é horário de funcionamento e não de permanência, a ideia de os alunos estarem das 9 horas (horário limite de entrada para a maioria) até às 20 horas em contínuo no espaço escolar não é boa.
Desresponsabiliza os pais, diminui ainda mais o pouquíssimo tempo que os pais estão com os filhos (sendo obviamente a qualidade mais importante que a quantidade, mas se não passam nenhum?) e aumenta o desconhecimento que muitos pais têm das vivências dos seus filhos e das suas preocupações e necessidades (não existe espaço comum, será escola, jantar, cama, escola).
Se os pais são exemplo para os filhos arriscamo-nos a que todo este processo se vá repetindo de geração em geração, aumentando o choque geracional já em si difícil de gerir talvez para níveis de ruptura familiar.
Para muitos pais as exigências e pressões a nível profissional “obrigam” a uma secundarização dos filhos, mas é preciso imaginação e sobretudo suporte familiar (aqui com especial incidência para o sexo masculino na indispensável entreajuda às mulheres na educação dos filhos) para conseguir maior proximidade entre pais e filhos, em nome de um futuro mais risonho para os mais novos e, também, de uma melhor qualidade de vida dos progenitores.
No Retrato da Semana no Público de ontem, António Barreto opina sobre o triste cenário que nos reserva o próximo ciclo eleitoral, particularmente nas e pós eleições legislativas.
A sua opinião é muito interessante e não fugirá muito da realidade vindoura, mas quanto à afirmação da necessidade de uma maioria absoluta ou de uma coligação tenho as minhas reservas. Embora entenda que, em Portugal e na nossa democracia, os partidos políticos não estejam à altura de uma legislatura completa em maioria relativa, com a obrigatoriedade de governar estabelecendo acordos.
Mas, tal como acaba o artigo, a verdadeira democracia faz-se com acordos adultos e fundamentados. Acordos que podem e devem permitir a governabilidade em minoria e sem a necessidade de um Parlamento “yes man” a toda e qualquer política do governo.
Domingo, 15 de Março de 2009
Após a visão do filme Watchmen e aproveitando o dia Z que hoje se comemora, o tema das utopias, da nova ordem mundial que necessitamos e dos caminhos que nos podem levar até ao apocalipse ou, ao invés, a mundo mais justo e solidário.
Que o planeta se está a esgotar e a fartar da presença humana na sua face é uma realidade indesmentível. Que necessitamos de um novo paradigma (palavrão em voga) para a sustentabilidade outra. Mas como.
No filme a resposta é a devastação por uma ameaça exterior (Howard Fast já o havia descrito nos anos 40-50 do século XX), após o qual as nações do mundo se uniriam por um ideal comum. (A utopia/ideal que leva a esse caminho é tudo menos solidário, tem o seu catalisador no poder individual, no dinheiro e na vaidade… e sem limites.)
Mas teremos de passar por uma catástrofe para isso acontecer?
Por imensa que a do filme pareça, esta tem um futuro após, a que nos espera, se nada fizermos, será provavelmente o fim da espécie humana (talvez de toda a vida no planeta).
Podemos criar um caminho alternativo?
Com assento num mundo mais justo, aproximando a base (pobres) do vértice superior (ricos e poderosos) da pirâmide da sustentabilidade humana (até à utópica ideia de um plano, com todos ao mesmo nível)?
Será o dia Z o início de um possível caminho?
Hoje 15 de Março é o dia Z, também perto de si…
e
Em Portugal,
Lisboa
av.sidonio pais nº 4 º4º andar porta 3 lisboa
1050-214
klauze@sapo dot pt
Projecção filme seguido de debate sobre o projecto Zeitgeist.
Dia 15 de Março (Domingo) às 21h30 " Sociedade "Os Artistas" / Rua do Montepio, 10 / Faro / Portugal 21h30 - 2009/03/15
faro1540@gmail dot com
Santa Maria da Feira
Biblioteca Municipal,
Cine-teatro António Lamoso
Casa do Povo
Igreja Matriz (piso cultural)
16horas
josemi.fernandes@gmail dot com
Açores
Centro Cultural e de Congressos.
Angra do Heroismo, Açores, Portugal.
Lisboa
Rua das Portas de Santo Antão, 159 - 1º -1150-297 Lisbon
Crew Hassan, Cooperativa cultural
9.30 pm
ccrewhassan@gmail dot com
Figueira da Foz
Tubo d'Ensaio d'Artes - Associação Cultural e Recreativa
Rua 9 de Julho, 19-A 1º 3080-113 Figueira da Foz
15.00 PM
Telf. 233 436 273
URL: www.tubodensaio.com
E-mail: geral@tubodensai dot com
Alcácer do Sal
Escola Primária de Foros de Albergaria
7580 Alcácer do Sal Portugal
Porto
Rua da Alegria 399, 1c -4000-045 Porto- Portugal
18h GMT
zeitgeist.portugal@gmail dot com
Lisboa
R Vale Santo Antonio
_cpuctrl presents:
db9 :: Z-Day Edition
Op Art > Lisbon > Portugal
Saturday 14th
23h59 - 07h00
+351 933 216 150
+351 916 297 007
zeitgeist@cpuctrl dot com
www.cpuctrl.com
Note: Z-GIFT to all visitors until end of stock!
Porto
www.planobporto.com
Rua Cândido dos Reis nº 30
16H dia 14 Março
manuel.faria@gmail dot com
Charneca de Caparica
Clube Recreativo Charnequense,
Avenida Elias Garcia - Palhais - junto à Igreja. Não faltem
Zday Avenida Elias Garcia - Palhais, Charneca de Caparica, Portugal
15h00 GMT
ljordaofz@gmail dot com
Para quem não conhece, fica mesmo em frente à estação do Metro do Marquês, é uma das casas ao lado de uma igreja.
Porto
Casa Viva / Praça Marquês de Pombal 167 / Porto / Portugal
15:00 Western European Time
zdayporto@gmail dot com
Galegas
Barão de São João - Lagos - Portugal
Zeitgeist 1 and 2, slide show, barbeque, kids space, paintwall and more. contact: Tarana: 00351914841213 Galegas - BSJ - Lagos - Algarve -Portugal
14.00 till late
thestudios@live.com This e-mail address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it dot pt
The Zeitgeist Movement: Orientation Presentation
O aniversário da WWW é uma excelente ocasião para um post adiado.
O Big Brother anda aí e não lhe podemos escapar, mas a coisa começa a ficar realmente preocupante.
Os dados disponibilizados na net são cada vez mais e também os nossos dados pessoais, mesmo aqueles que não deveriam.
É fácil constatar tal facto, basta escrever o nome de cada um no Google e fazer uma busca, ficarão surpreendidos com a quantidade de páginas que surgem e com o seu conteúdo, por exemplo e-mails pessoais.
Mas fotos, vídeos e outros formatos digitais são também comuns, tendo como principais vítimas as mulheres, sobretudo as mais vistosas e/ou as mais naifes, jovens e adolescentes.
A confidencialidade e a privacidade começam a ser utopias as quais apenas os eremitas parecem fugir.
Um excelente artigo de opinião no P2 do Público, de ontem, de Pedro Mexia.
Sempre tive uma certa azia com os advogados, não sei se principalmente como classe se aos advogados em si mesmo pela sua gelatinosa espinha dorsal (obviamente existem bons, até excelentes advogados, com vértebras como o comum dos mortais), mas ainda não tinha exposto em letras esta repugnância (nojo, por vezes).
É lógico que o artigo do Pedro Mexia saiu incomparavelmente melhor que qualquer tentativa que eu esboçasse (a minha cultura geral e conhecimentos da área são mínimos), mas permitiu-me divulgá-lo e comentá-lo!...
Qualquer semelhança entre o trabalho efectuado pelos advogados (na sua maioria) e a justiça é pura coincidência… A sensação que dá, é que os advogados serão capazes de cometer os crimes mais execráveis para defender o seu constituinte, nem que seja por uma simples multa de estacionamento.
O principal é nunca perder na barra do tribunal… a justiça é para meninos!
Já precisei de advogados (felizmente pouco) e conheço alguns que penso serem “boa rês”. E o que espero é não voltar a necessitar; quero distância dessa corja chupista e dos tribunais (acho que prefiro ir ao hospital a ir a tribunal, mesmo como testemunha).
Ainda sobre a manifestação de sexta-feira em Lisboa, os sinais que muitos portugueses dão ao governo e ao seu prepotente líder são cada vez mais óbvios (embora o eco dado em alguma comunicação social parece que foi uma manifestação com 2 ou 3 mil pessoas). O descontentamento é grande e não o é só pela existência da crise (que em Portugal tem já 7-8 anos), embora a conjuntura internacional acarrete consequências gravosas para diversos sectores de actividade nacionais.
Vários desses sectores têm dificuldades pelo abaixamento do consumismo (talvez para padrões mais condizentes com a sustentabilidade geral), outros pela descida nas exportações e outros ainda pelo aumento concorrencial do mercado exterior no mercado nacional (para o qual não se prepararam devidamente nos últimos 20 anos, embora avisados).
Mas a manifestação demonstra acima de todo uma forte desaprovação das políticas governativas nos 4 anos da legislatura. A situação foi correndo, passou 1 ano, depois outro, começam as primeiras vozes de alerta para o rumo que o país estava a seguir (aí o défice), ao terceiro ano acordam os sectores mais atacados (professores, militares/polícias, enfermeiros) e no passar do quarto ano todo se conjuga para um definhar do governo até as eleições legislativas (mesmo com a ténue oposição do principal partido de direita…).
Porque uma análise da situação de vida de muitos portugueses (exceptuando os que caíram no desemprego ou estão em vias disso), em relação à 1 ano atrás, vimos que as condições ao fim do mês são melhores; vejamos os combustíveis estão 20-25% mais baratos, a prestação da casa desceu abruptamente, os salários estão mais altos (pela primeira vez, em alguns anos, a função pública ganhou poder de compra), a inflação estagnou e o governo governa mal tal e qual o fazia à 1 ano atrás (aqui está na mesma).
Portanto esta crise é muitas vezes usada como arma de arremesso ou como desculpa para o que não se foi fazendo nos anos anteriores.
E para muitos portugueses a corda na garganta não é de agora, a poupança nunca foi ponderada (era chapa ganha, chapa gasta), o desfalcar da conta bancária era tapado com a adesão a mais um cartão de crédito, que por sua vez atingido o limite de crédito era coberto por outro com taxas de juro mais penalizantes (e a maioria da vezes, com taxas de juro elevadíssimas de 20 a 30%, sem a real noção por parte “patos bravos”). Mas à boa maneira portuguesa, ninguém se queixava para não dar parte fraca (principalmente ao vizinho do lado); só quando se ouviram e percepcionaram as primeiras dificuldades na economia mundial toda a gente pode finalmente começam a deitar cá para fora as lágrimas retidas.
Não é tempo de lágrimas, é tempo de exigências, de reduzir gastos supérfluos, de viver consoante as reais posses e ponderar qual o rumo que queremos para o nosso país. Quando muitos se queixam podem agora aproveitar um ano excepcional, com 3 eleições, e ir votar (sim, votar para variar!) consciente e responsavelmente, dando um pouco de si à vilipendiada democracia portuguesa, e acabando com os queixumes nos próximos tempos (provavelmente em 2010 ou 2011 haverá novamente eleições legislativas, para mal do nosso país que não sabe viver numa verdadeira democracia em que um governo minoritário possa governar com base em acordos e negociações).
Quinta-feira, 12 de Março de 2009
A liberalização das drogas volta a ser tema a nível mundial.
Está visto que a guerra contra o tráfico de drogas é uma guerra sem fim e que não tem conseguido atingir os seus objectivos.
Várias questões se podem colocar sobre a penalização de algumas drogas e da não penalização de outras (álcool, tabaco/nicotina, fármacos de capacidade duvidosa, dietéticos). A penalização existente sobre algumas drogas segundo o dano provocado pelo seu consumo não tem sido coerente com a realidade dos factos. O álcool será provavelmente a droga que mais malefícios tem produzido, em Portugal, mas sendo uma fonte de receita para o Estado (através dos impostos) não sofre qualquer penalização, até é incentivado o seu uso em certas comunidades.
A problemática da droga está associada a questões económicas que tem surgido na actualidade. O financiamento dos chamados grupos terroristas, mas também de instituições de países ditos civilizados, a lavagem de dinheiro usando os offshores espalhados um pouco por todo o mundo, a criminalidade violenta são áreas que vivem de mãos dadas com o tráfico de drogas.
Portanto, a liberalização das drogas tem de ser pensada à escala global, para quebrar fluxos de dinheiro sujo que subsidiam as mais diversas actividades (até algumas bastante nobres).
Ver sempenisneminveja.weblog.com.pt/.
Se existem em Portugal áreas que conduzem o país para um défice de democracia, a justiça está no primeiro lugar do pódio.
O ministro é mau (já fora mau na Administração Interna), os tribunais (e o juízes) tomam por vezes decisões risíveis (pelo o que nos é dado a conhecer pela comunicação social) - as últimas pérolas foram a catatua de Coimbra e o papel verde em Ovar -, mas a principal causa serão as péssimas leis que saem da Assembleia da República e dos incompetentes deputados que a compõem (na sua maioria).
No JN de hoje, Paulo Martins produz um artigo de opinião sobre esta problemática que aponta as principais razões para o nosso fraco sistema de leis.
Muitos dos deputados da nação começaram a sua carreira política nas juventudes partidárias e nunca fizeram mais nada do que serem políticos profissionais, completamente alheados da realidade. Não tem competências em nenhuma área, mas tomam decisões sobre tudo, decisões que nos caem em cima constantemente.
Para mais, o desporto preferido do legislador parece ser sobrepor leis sobre leis, nunca revogando nenhuma. Assim, quando se pretende consultar legislação sobre qualquer temática temos de procurar um manancial de leis que quase impossibilita a correcta interpretação das mesmas (se calhar, esta é mesmo a pretensão).
Custa muito transcrever os artigos de uma lei antiga e inseri-los na nova legislação, revogando na totalidade a lei anterior?
Dêem a responsabilidade a técnicos competentes, precisamos de uma justiça competente e célere para haver uma verdadeira democracia.