Um erro da análise política nestas eleições é em relação à taxa de abstenção e por conseguinte à eventual não participação política dos portugueses neste acto eleitoral.
Estas eleições, ao contrário do que se diz, tiveram uma participação muito elevada, talvez das mais elevadas nos últimos 20 anos. É urgente uma limpeza dos cadernos eleitorais e acabar com os cerca de 2,5 a 3 milhões????? de eleitores fantasmas existentes.
Gostaria de saber quantos eleitores já falecidos permanecem nos cadernos eleitorais... e quantos eleitores existem inscritos em mais que uma mesa eleitoral?
Com o novo cartão de cidadão provavelmente houve imensa duplicação dos cadernos eleitorais.
Se em Portugal somos 10,5 milhões de habitantes como podemos ter quase 9,5 milhões de eleitores. Que eu sabia só se pode votar com 18 anos e não com 4 ou 5 anos.
Portanto essa é uma crítica negativa injusta que imputam aos portugueses, ontem (tal como se sentiu na rua) houve uma grande afluência às urnas. Mal ou bem informados e convictos os portugueses exerceram o seu direito de voto de modo civilizado e em massa.
... e vencedor foi José Sócrates?!! O PS?!!
Quando se perde 1/5 dos votos e um 1/5 dos deputados não se pode ser vencedor de eleições. A comparação tem de ser feita com as anteriores legislativas e nunca com as europeias.
Visto agora à distância, a estratégia do pseudo-engenheiro para o ciclo eleitoral que terminará com as autárquicas foi bem gizado. Coitado do Dr. Vital Moreira que foi usado e abusado para fazer um triste papel (o qual representou com a mestria só ao alcance dos ingénuos) para permitir que o PS tivesse um derrota estrondosa nas europeias (mas com um pseudo-independente como cabeça-de-lista), de modo a que comparação nestas eleições legislativas fosse esse resultado e a fasquia para os resultados eleitorais do PS estivesse nos mínimos.
Assim, sim, o PS teria tido uma espectacular vitória se as europeias fossem as legislativas de à 4 anos e meio.
Todos os restantes partidos com acento parlamentar subiram as suas votações e o número de deputados. Portanto todos foram vencedores, ainda que uns mais que os outros...
O grande vencedor foi o CDS (se assim não fosse teria sido o fim político do Portas), com um espectacular resultado em número de deputados.
Seguido do BE, que atingiu a maioridade nestas eleições.
Tanto a CDU como o PSD tiveram subidas residuais, mas subidas... Se a fasquia para o PSD era ganhar as eleições, tanto pior, pois com esta liderança cinzenta, auto-fagágica e orgulhosamente só nunca poderia almejar um grande resultado eleitoral. E proporcionou à seguinte liderança do partido uma situação crítica para a sua condução, com um grupo parlamentar altamente adverso.
A CDU conseguiu um aumento em número de deputados que seria o mínimo a obter, e com um resultado superior a qualquer sondagem realizada antes das eleições (sempre assim foi, e também para o CDS).
Aqui se nota a influência da comunicação social nos resultados das eleições, e a forma como condicionam as escolhas políticas de muitos portugueses (a isenção seria óptima, mas já seria bom se se afirmassem de uma vez por todas como apoiantes de um determinado partido em vez de brincarem com a ingenuidade de muitos portugueses). Este é o verdadeiro espelho do nosso país, a fraca cultura política dos seus cidadãos e a predisposição para ser manipulados.
No espectro político nacional existem (e apareceram) vários pequenos partidos, alguns porventura com substância política, mas que foram totalmente desprezados e que, por isso, não tem a mínima hipótese de entrar na politica activa portuguesa.
Podem mencionar o BE como um partido que conseguiu este desiderato (àcerca de 10 anos atrás), mas foi exactamente ao contrário... O BE só conseguiu a afirmação política por possuir uma imensa máquina propagandista em vários jornalistas colocados nos principais órgãos de comunicação social.
Agora é esperar... quanto tempo até voltar a ida às urnas, para novas eleições legislativas (Fevereiro de 2010, Fevereiro de 2011???). Quantos orçamentos serão abstidos pelo CDS para manter o novo governo do pseudo-engenheiro José Sócrates?