Não existem dúvidas, neste momento a área da sociedade portuguesa mais enlameada é a justiça. Um pilar essencial para a democracia e a igualdade de direitos de todos os cidadãos - que está a funcionar exactamente no sentido inverso.
Mas é fácil atirar as culpas para os profissionais da justiça, e para os juízes/magistrados em particular.
Qual a verdadeira culpa dos juízes e outros magistrados no manancial pantanoso de leis (algumas ainda do tempo dos reis) que pululam na legislação portuguesa?
As leis são maioritariamente idealizadas e redigidas por políticos (profissionais??? De carreira…) que são na maioria licenciados em Direito que se auto-intitulam advogados apenas pelo simples facto de terem efectuado um curto estágio profissional após o término da licenciatura.
Estas leis são idealizadas para não serem interpretáveis pelo comum do cidadão e para conseguirem ser ultrapassáveis usando esquemas legislativos (para não falar de esquemas ilegais e de corrupção) que eles próprios inventaram. Desta forma as leis aplicam-se à generalidade da população, mas não a estes iluminados; salvo quando é necessário um qualquer diploma legislativo para os retirar ou aos amigalhaços de alguma enrascada menos própria em que se viram envolvidos.
São estes bandalhos os verdadeiros culpados da situação lastimosa a que chegou a justiça portuguesa, coadjuvados pela fraquíssima qualidade dos advogados nacionais.
(Que não tenho os advogados como a melhor das classes profissionais não é novidade… aliás salvo algumas honrosas excepções são uma grande corja e uns chupistas que não possuem quaisquer valores e não sabem o significado da palavra deontologia (liderados pelos grandes gabinetes de advogados centralizados em Lisboa, no Porto e, pelos visto, em Madrid…) e, por isso, com o perfil ideal para integrarem a classe política portuguesa actual (que definitivamente descambou na última década). Seja bem-aventurado aquele que nunca precisou de consultar/contratar um advogado.)