Não existem dúvidas, neste momento a área da sociedade portuguesa mais enlameada é a justiça. Um pilar essencial para a democracia e a igualdade de direitos de todos os cidadãos - que está a funcionar exactamente no sentido inverso.
Mas é fácil atirar as culpas para os profissionais da justiça, e para os juízes/magistrados em particular.
Qual a verdadeira culpa dos juízes e outros magistrados no manancial pantanoso de leis (algumas ainda do tempo dos reis) que pululam na legislação portuguesa?
As leis são maioritariamente idealizadas e redigidas por políticos (profissionais??? De carreira…) que são na maioria licenciados em Direito que se auto-intitulam advogados apenas pelo simples facto de terem efectuado um curto estágio profissional após o término da licenciatura.
Estas leis são idealizadas para não serem interpretáveis pelo comum do cidadão e para conseguirem ser ultrapassáveis usando esquemas legislativos (para não falar de esquemas ilegais e de corrupção) que eles próprios inventaram. Desta forma as leis aplicam-se à generalidade da população, mas não a estes iluminados; salvo quando é necessário um qualquer diploma legislativo para os retirar ou aos amigalhaços de alguma enrascada menos própria em que se viram envolvidos.
São estes bandalhos os verdadeiros culpados da situação lastimosa a que chegou a justiça portuguesa, coadjuvados pela fraquíssima qualidade dos advogados nacionais.
(Que não tenho os advogados como a melhor das classes profissionais não é novidade… aliás salvo algumas honrosas excepções são uma grande corja e uns chupistas que não possuem quaisquer valores e não sabem o significado da palavra deontologia (liderados pelos grandes gabinetes de advogados centralizados em Lisboa, no Porto e, pelos visto, em Madrid…) e, por isso, com o perfil ideal para integrarem a classe política portuguesa actual (que definitivamente descambou na última década). Seja bem-aventurado aquele que nunca precisou de consultar/contratar um advogado.)
De Fulano a 27 de Fevereiro de 2010 às 14:37
Este comentário provavelmente não tem a ver com o teor do artigo, é um panfleto de um cidadão indignado.
O que é preciso é compaixão Cristã. Vai aqui um exemplo da mesma compaixão:
« ...Esta proposta, sublinhou, é "perfeitamente possível" de ser executada "cortando 50,5 milhões de euros numa prestação onde o abuso é uma vergonha, chamado rendimento mínimo garantido". » Paulo Portas
O partido dos «com a boca cheia de dentes» que fazem terapia quando lhe morre o gato, e fazem peregrinações a Fátima equipados de roupa desportiva "griffé" e são católicos porque ser católico é tradição e ser tradicional é fino e aristocratico , vivem à séculos de rendas e de não participar no desenvolvimento (fugindo aos impostos em larga escala) têm o desplante de fazer bandeira dos abusos das classes populares. Estes cristãos, os tais do "ao outro como a si mesmo", (tem-se visto ao longo dos séculos), quando as classes populares já embrutecidas pela pobreza, enraivecidos pela miséria fizerem correr sangue clamarão pela dureza policial. O que esta gente propõe é a "sul-americanização" da vida.
P.S. Não nego que haja abusos mas serão mais graves que os outros abusos que TODOS conhecemos? E havendo abusos serão na ordem de 50,5 milhões?
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