Finalmente um político teve coragem de pedir o voto em branco e a sua legitimação.
O Dr. Campos e Cunha (aquele, o primeiro a abandonar o barco quando ele ainda não tinha zarpado do porto - dizem que pelo TGV, mas desconfio que foi mais por saber o que aí vinha de compadrios e promiscuidades) teve a sensata ideia de sugerir que os votos nulos dessem lugar a cadeiras vazias nos hemiciclos.
Eis uma bela sugestão que faria mais por baixar a abstenção do que todas as outras propostas juntas. Quando os portugueses vissem que ao votar em branco iriam poupar no desperdício de eleger deputados (ou outros representantes) do centrão iriam sem dúvida estar motivados para votar.
Existe uma enorme diferença entre votar em branco e votar nulo ou nem sequer se dignar em ir votar.
Votar nulo é um acto de rebeldia que embora válido (para o individuo) não tem validade!...
A abstenção é não querer ser representado e deixar outros escolher por si, no fundo um pouco de acto de cobardia!...
Votar nulo é por sua vez um acto bem ponderado que envolve uma escolha (minimamente pensada. Um jogar com as regras, mas expressando uma opinião de desagrado.
É por isso necessário legitimar o voto nulo como um voto correcto e contabilizável para as estatísticas e, se em número suficiente, para a criação de cadeiras vazias.