Ir a um qualquer centro comercial, hipermercado ou outro espaço comercial durante o fim-de-semana e as gentes parecem formiguinhas (aos milhares), mas em vez de andarem a trabalhar andam às compras, portanto a gastar dinheiro, portanto devem ter algum nos bolsos, portanto a crise não lhes bate à porta (pelo menos tão intensamente como se queixam) ou a crise não é para todos, será apenas para alguns "coitados" que vivem (ou viviam) do subsídio de desemprego.
A cultura "tuga" é mesmo assim, gastar até ao último tostão (seja este físico ou virtual). O futuro não existe, planos é coisas de nórdicos malucos, logo se arranjará um belo esquema para contornar os problemas que venham a surgir... não há remédio, consumir, consumir, consumir.
Será que há alguma relação entre estas duas notícias?
Esta (mundial) e esta (nacional).
É cíclico, as crises têm de existir no mercado capitalista. É a forma (simples) das grandes fortunas aumentarem; especulação, bolhas artificiais, manipulação da comunicação social e venda destes produtos especulativos em alta, seguidamente trazem ao cimo as verdades e próprio mercado que tão bem condicionam faz o resto, quedas abruptas e novo ciclo... comprar em baixa aos ignorantes e chicos-espertos que anseiam enriquecer num ápice e levar novamente o mercado a crescer em bases muito pouco credíveis.
Só se mete nelas quem quer, mas a informação que circula é de modo a agregar o máximo de recursos financeiros para antes do início da crise haja enormes quantidades de dinheiro disponível para os grandes tubarões sacarem.
Os efeitos colaterais (desemprego, fome, desinserção social, etc.) destas manipulações do mercado são apenas isso mesmo efeitos colaterais necessários para a praticabilidade do sistema e não lhe causa o mínimo mau estar ou remorso. Desde que a carteira continue a inchar...