Excelente crónica de Oscar Mascarenhas.
A manipulação que a comunicação social (principalmente os grandes grupos empresariais) faz da opinião pública portuguesa é asquerosa.
As promiscuidades entre barões dos média, jornalistas e políticos profissionais são um dos grandes "cancros" da nossa sociedade; deontologia, seriedade são palavras vãs para grande parte da cambada de jornaleiros que temos por aí (sobretudo nos órgãos de comunicação de maior tiragem, seja as televisões, os jornais, as rádios...).
E o "Zé" não filtra, come tudo com verdades absolutas, qual religião... só assim se percebe que um dos palhaços que anda há várias semanas (meses até) a encenar uma tragicomédia esteja à beira de atingir a maioria absoluta, na eventualidade de umas eleições legislativas.
P.S.: Se bem que estas sondagens feitas a 800-1000 pessoas com telefone fixo no território nacional e em que são entrevistadas mais pessoas em Trás-os-Montes e Alto Douro e Beira Interior do que no Grande Porto são uma amostra sem qualquer representatividade de população eleitoral portuguesa e portanto de validade mais que questionável.
Francisca Almeida integra Comissão de Revisão Constitucional.
Ver a biografia aqui.
Esta menina (desculpem, senhora deputada da nação) além de deputada foi membro de variadíssimas comissões. Já do resto do seu anterior curto percurso profissional só se sabe que era advogada (não o terá sido mais que 2/3 anos, estágio profissional incluído).
Experiência e muita sabedoria das vivências acumuladas (em 26 anos de vida?!!!!) para modificar a Constituição Portuguesa. Depois queixem-se da nossa justiça e das nossas leis; são estes políticos profissionais vindos das "jotinhas" que as engendram, os tribunais só as fazem cumprir...
Cavaco foi mau, é mau, será mau (talvez ainda pior); o pior PR eleito desde 1974. Que hoje comece uma candidatura que o leve à derrota.
http://em2711.blogs.sapo.pt/1058598.html
http://rupturavizela.blogs.sapo.pt/1121691.html
http://31daarmada.blogs.sapo.pt/4549633.html
Estando 9.514.322 eleitores inscritos, 2.077.695 votaram a 100% no PS e neste Primeiro-Ministro, 3.830.355 (descontando as anormalidades dos cadernos eleitorais: os mortos, eleitores duplicados e os eleitores-fantasma) abstencionistas e 70.023 brincalhões (votos nulos) votaram nele em quase 40% e só os restantes (cerca de 3 milhões) não têm, nesta matéria, qualquer culpa no cartório.
Portanto anda por aí muito "queixinhas" que fazia bem era em estar calado e assumir a responsabilidade dos seus actos (também nas urnas). Das duas uma, ou pôs a cruz no quadradinho da rosa ou simplesmente abdicou do seu direito e deu-o aos "verdadeiros" eleitores, confiando no voto do rebanho.
Agora aguentem! Com sorte são só mais 18 meses, quando o orçamento de 2012 ficar por aprovar...
A bipolarização partidária acarreta estas coisas, nunca haverá um partido emergente num sistema eleitoral com círculos uninominais.
No caso britânico, um partido (Lib-dem) com mais de 23% de intenção de votos fica representado no parlamento com uns míseros 8% de lugares. Será isto democracia representativa? Estes 15% de hiato (de votantes) não será representado no parlamento por nenhuma voz, será justo?
Que assim se criam mais condições para a maioria a absoluta e para a governabilidade? Bull shit… Se os eleitores querem um parlamento dividido devem ter um parlamento dividido, isto sim é democracia representativa.
Não serão os eleitos pessoas suficientemente capazes de expressar a voz de povo e estabelecer acordos eleitorais consoante a vontade expressa nas urnas? Se não são haverá novas eleições num curto espaço de tempo e os eleitores serão capazes de os castigar convenientemente, nas urnas, por essa incapacidade.
Espero sinceramente que este resultado eleitoral britânico acabe de vez com a mania dos políticos (especialmente dos grandes partidos, que seriam sem dúvida os mais beneficiados, sobretudo o PSD – daí a defesa deste regime pelos doutores laranjas) de impor este regime em Portugal.
O que o país necessita é dar mais representatividade à expressão do voto dos portugueses, pois o regime actual também beneficia os grandes partidos (temos círculos eleitorais onde são eleitos 2 deputados, é de rir).
A criação de grandes círculos onde esteja diluída a dispersão de votos será o caminho, no mínimo círculos de 20 deputados, em que com 4% qualquer partido elegeria um representante.
Num sistema perfeitamente justo e com 230 deputados qualquer partido com mais de 0,40% de votos teria um representante na Assembleia da República.
Primeiro lambemos os pés ao Papá, depois lavamos o cérebro com um mês de futebol e a seguir vamos alegremente de férias em família (para onde os euros da carteira permitirem...). Portugal em suspenso, o governo agradece.
De Setembro em diante só se falará de Presidenciais e trá-lá-lá!!!!
Finalmente com a facilidade com que o PS e o CDS aprovam as pseudo-negociações do OE2010 fica explicito (para os que ainda não tinham querido ver!?) a verdadeira ideologia do PS socrático (embrionado no PS gutérrico...), não existe engano, o PS é um partido de direita que governa à direita.
O socialismo está na gaveta. Por isso temos o Dr. Alegre nas franjas do BE e excomungado (para os socráticos deveria ser expurgado) do PS.
As fragilidades do PSD (para além das fagocitoses internas) são também decorrentes do assalto que o PS fez das suas bandeiras. E o espaço que lhes ficou disponível entre o pseudo-liberalismo radical e o popularismo bacoco está arrebanhado pelo Portas (num campo eleitoral em que o PSD não consegue disputar).
Ler também aqui.
(A questão da aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo, para lá de não ser (felizmente) exclusivamente uma causa da esquerda, apenas foi um fait-divers para arrastar a aprovação do OE2010 para além de 2009.)
Quem quiser pode tentar esconder-se atrás de meia dúzia de números, mas o vencedor (global) destas eleições foi, sem dúvida, o PS. Finalmente o PS ganhou uma eleição em 2009...
Ganhou mais de 20 câmaras em relação às anteriores autárquicas e algumas bastante emblemáticas (Leiria, Beja, Barcelos, ...).
Não fosse o caso de um aumento significativo de coligações PSD/CDS e a vitória do PS teria sido (certamente/eventualmente) total, com mais câmaras que o PSD.
Por esta razão o CDS será talvez o único partido que poderá também estar contente com os resultados.
O PSD sofreu uma mini-hecatombe, espelho da liderança catastrófica da sua líder e da influência da proximidade das eleições legislativas, que arrastou algum derrotismo para estas eleições.
A CDU perdeu 7 câmaras contra um ganho de 3, e saiu também derrotada, embora continue com bastante implantação para uma coligação que não atinge os 10% do eleitorado e com muitas juntas de freguesia (também no norte do país).
O BE pode ter tido ganhos residuais em termos percentuais em relação às anteriores autárquicas, mas não se consegue afirmar minimamente como partido autárquico, perdeu vereadores em câmaras grandes e mesmo na única câmara ganha tem problemas de entendimento entre a gestão camarária e a direcção nacional.
A influência da comunicação social nas campanha é decisiva para o aumento da bipolarização politica em Portugal. Isenção é palavra oca para a esmagadora maioria dos jornalistas portugueses.
Até no rescaldo das eleições pelas diversas televisões se vê a incapacidade de isenção dos jornalistas, quer os pivots (caso em que a péssima pivot da SIC Clara de Sousa é o exemplo mais flagrante) quer nos pseudo comentadores jornalistas que nunca conseguem despir a camisola.
Se não conseguem ser isentos na análise ao menos tenham a dignidade de afirmar qual o partido que apoiam, e não tentem dissimuladamente enganar as pessoas.
Estas eleições demonstram, mais uma vez, a necessidade urgente de regionalizar Portugal e acabar definitivamente com as micro-freguesias existentes e agregrar regiões de proximidade para promover círculos eleitorais que possam ser realmente representativos da vontade dos eleitores.
Um erro da análise política nestas eleições é em relação à taxa de abstenção e por conseguinte à eventual não participação política dos portugueses neste acto eleitoral.
Estas eleições, ao contrário do que se diz, tiveram uma participação muito elevada, talvez das mais elevadas nos últimos 20 anos. É urgente uma limpeza dos cadernos eleitorais e acabar com os cerca de 2,5 a 3 milhões????? de eleitores fantasmas existentes.
Gostaria de saber quantos eleitores já falecidos permanecem nos cadernos eleitorais... e quantos eleitores existem inscritos em mais que uma mesa eleitoral?
Com o novo cartão de cidadão provavelmente houve imensa duplicação dos cadernos eleitorais.
Se em Portugal somos 10,5 milhões de habitantes como podemos ter quase 9,5 milhões de eleitores. Que eu sabia só se pode votar com 18 anos e não com 4 ou 5 anos.
Portanto essa é uma crítica negativa injusta que imputam aos portugueses, ontem (tal como se sentiu na rua) houve uma grande afluência às urnas. Mal ou bem informados e convictos os portugueses exerceram o seu direito de voto de modo civilizado e em massa.